Este livro não apenas aborda o tempo, mas também explora como Jeff é afetado por ele desde o momento em que Iroko se manifesta diante dele, como uma entidade desejosa de ser narrada de forma teatral e performática. A loucura não está ausente, e este livro é também uma narrativa sobre os cuidados de saúde mental de Jeff, sobre a atenção dedicada à sua ancestralidade preta e, principalmente, sobre o cuidado com todos aqueles que desejam percorrer esse caminho. O assombramento
do Orixá resulta em frutos emocionais e autobiográficos do autor, e, acima de tudo, uma busca pela construção de pontes, não apenas para adultos e crianças, mas para aqueles que já se foram. Ele também traça calendários cósmicos e processos de travessia, sempre parecendo, em seu íntimo, estar um passo atrás, um minuto atrasado, para observar o próximo passo. É um método e um memorial, um relato de lágrimas e de alegrias. O convite não se restringe a conhecer Jeff, sua dramaturgia e seu espetáculo, mas a compreender o que acontece quando aceitamos o tempo, cujo fim está sempre em reescrita.